IFSP participa pela primeira vez do Baja SAE BRASIL
Já pensou em participar de uma competição na qual você pode desenvolver um veículo off-road desde a concepção até a “mão na massa”? Pois é. O desejo de muitos estudantes de engenharia se tornou realidade para uma equipe de dez graduandos do curso de Engenharia Mecânica do Câmpus Sertãozinho, que levou o IFSP pela primeira vez ao Baja SAE Brasil. A competição reúne futuros engenheiros de universidades de todo o país, e este ano aconteceu em São José dos Campos, de 20 a 24 de abril.
Nesses cinco dias, as 68 equipes participantes tiveram que enfrentar várias provas até chegar ao último dia de competição, quando aconteceu a etapa principal: um enduro com quatro horas de duração. Para chegar à última fase, o protótipo desenvolvido pela Tatu Baja IFSP — que ganhou o nome de Samuka 01 em homenagem ao ex-integrante da equipe, Samuel de Oliveira Silva, que faleceu de covid em 2021 — teve que passar por testes de freio, suspensão, motor e por um mata-mata, no qual derrotou a Unicamp e garantiu vaga na fase final.
As falas do piloto da equipe do IFSP, Bruno Fudo, expressam um pouco do que significou a participação. Segundo ele, foram os cinco dias mais intensos de sua vida, depois de cinco anos sonhando com esse momento. "Rolou lágrima, estresse, grito de alívio, risada e palavras de incentivo de todos que conheciam nosso projeto. Não tenho palavras para agradecer o esforço de todos, essa equipe é sensacional. Não faltou um pingo de raça até o final."
O grupo chegou à competição sem expectativa de vencer, e ter ido até a etapa final foi "a glória", nas palavras do coordenador da equipe, professor Paulo Frighetto . Foram oito voltas em uma pista difícil e cheia de buracos, quase três horas de prova, até que o carro quebrasse. Para a integrante da equipe Caroline Cardoso de Faria, algumas pessoas de fora podem questionar se há frustração por não estarem entre os premiados. "A resposta é absolutamente não. Estávamos entre gigantes, equipes totalmente capacitadas e qualificadas com muitos anos de experiência. O sentimento que prevalece é de gratidão e dever cumprido", diz.
Além das provas práticas que duraram cinco dias, o processo todo envolveu várias aprovações anteriores, com o projeto ainda no papel. Paulo faz questão de reforçar que a participação do capitão da equipe, Mateus Monteiro, foi fundamental para o sucesso de todo o processo de construção do carro. No caso do IFSP, levaram sete anos até que o veículo se tornasse apto a participar de uma competição como essa. O professor conta que o carro foi sendo construído com peças alternativas, fruto de doações, e devido a essas limitações ele não era competitivo. A competitividade só veio com a aprovação do projeto em um edital da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRP), o que permitiu a compra de novas peças que garantiram um veículo nível Baja SAE BRASIL.
Mercado de Trabalho
O Baja nasceu nos Estados Unidos, e hoje ocorre em diversos países do mundo com objetivo de oferecer aos participantes a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, e assim contribuir com a preparação dos estudantes para o mercado de trabalho.
O mercado de trabalho, aliás, já absorveu todos os integrantes da equipe do IFSP, muito por "culpa" do Baja. Paulo acredita que o interesse vem principalmente por conta do conhecimento teórico e prático que os estudantes adquirem ao se envolverem com o Baja. "Eles aprendem a projetar, a soldar, a usinar, a conformar os tubos, a mexer com motor, com freio, então o mercado de trabalho fica louco atrás deles", conta.
Além da coordenação de Paulo, a equipe conta com o apoio do professor Daniel Bazoni. Integram o grupo, além de Mateus, Bruno e Caroline, os estudantes Guilherme Minoru Tomisaki, Lucas Fiorillo Roman, Marcos Roberto Bacarolo Filho, Maria Cecília Nascimento Machado, Renan Faria Leme, Renato Maraia Rezende, Vanessa dos Santos Kalaki e Vitor Luca Araújo Viana. Durante a competição, a equipe contou também com o suporte dos ex-alunos do curso Tales Gouveia e Henrique Freitas, que participaram do início do processo de construção do carro enquanto eram alunos do IFSP.
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