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Parceria entre IFSP e Empresa Sertanezina Desenvolve Projeto Inovador

  • Publicado: Quinta, 01 de Agosto de 2019, 14h59
  • Última atualização em Quinta, 01 de Agosto de 2019, 15h12

O projeto consiste na automação da produção de parasitoides utilizados no controle biológico da broca-da-cana

Extensas áreas contínuas cultivadas com cana-de-açúcar tornam propício o ataque de pragas, sendo a Diatraea saccharalis, também conhecida como ‘broca-da-cana’, a mais importante, devido, entre outros fatores, à frequência com que ocorre e aos vultosos prejuízos causados.

O controle biológico desta praga por intermédio da vespa parasitoide Cotesia flavipes é o método de controle mais utilizado no Brasil.

“Laboratórios de produção massal do parasitoide, entretanto, enfrentam dificuldades na fabricação em larga escala, tendo em vista que o modelo tradicional de produção é totalmente dependente do trabalho manual”, relata Elitamara Morsoletto, sócia-proprietária e diretora industrial da empresa Biocontrol situada em Sertãozinho a mais de 20 anos.

Ela ainda reafirma que, “nesse quesito, destaca-se o setor de inoculação que engloba grande número de funcionários e é extremamente sensível às condições do trabalho manual, restringindo o potencial de produtividade da empresa, além de promover flutuações na eficiência da produção”.

Assim, em pesquisa desenvolvida com o apoio do programa PIPE (Pesquisa Inovativa em Pequena Empresa) da FAPESP foi desenvolvido um protótipo para automatizar o processo de inoculação da Cotesia flavipes.

A parceria firmada entre a empresa Biocontrol, a FAPESP e o IFSP Câmpus Sertãozinho, “teve como propósito desenvolver um projeto de automação do processo de inoculação, que é parte primordial do processo de produção da vespa parasitoide, e representa um passo inicial ao desenvolvimento de técnicas mais avançadas de criação em massa”, explica Afonso Turcato, professor de departamento da Elétrica e Computação do câmpus.

Esse tipo de parceria já é realidade em diversas universidades brasileiras, como mostra o livro “Estudos de caso da interação universidade-empresa no Brasil”, organizado por três pesquisadores de destaque na área de economia da inovação da UFMG – Renato Garcia, Márcia Rapini e Sílvio Cário – apresenta que “a interação com a universidade vem ganhando importância crescente nas estratégias inovativas das empresas. A crescente complexidade dos produtos e dos processos produtivos obrigou as empresas a procurar novas fontes de informação e de novos conhecimentos, como na universidade. Nesse contexto, a pesquisa acadêmica acabou por exercer um papel muito importante na transferência de novos conhecimentos para as empresas, pois os conhecimentos gerados nas universidades representam um insumo crescentemente importante para os esforços inovativos empresariais. Essa tendência de intensificação da colaboração com a universidade foi apontada por diversos estudos em variados países. Estudos realizados em países desenvolvidos, como nos Estados Unidos e na Europa, mostram que a aproximação entre a pesquisa acadêmica e os esforços de P&D das empresas foi muito importante para fornecer subsídios para a inovação nas empresas. Nos países em desenvolvimento, a interação universidade-empresa também tem exercido papel importante no fomento à inovação nas empresas, ainda que com marcantes diferenças em relação aos países desenvolvidos”.

“O protótipo já desenvolvido para automação do processo de inoculação consiste na criação de uma esteira transportadora que leva as brocas-da-cana até uma câmara fechada, onde serão alocadas as vespas. O protótipo controla e monitora as variáveis para aumento da eficiência do processo de inoculação, são elas: tempo de exposição, cor de iluminação, temperatura e umidade do ambiente de inoculação e razão de vespas por brocas a serem inoculadas no interior da câmara”, descreve André Dias, também professor de departamento da Elétrica e Computação.

Como resultado, “o equipamento foi capaz de atingir uma maior taxa de parasitismo, ampliando a quantidade de massas (produto comercial) produzidas, porém com custo líquido similar ao procedimento manual”, descreve Rita de Cássia G. Araújo, pesquisadora e engenheira mecatrônica da empresa.

 

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André e Afonso (professores do IFSP) / Elitamara e Rita (diretora e pesquisadora da Biocontrol)

*Texto originalmente publicado no Jornal MOMENTO Atual na edição 1734 de Junho/2019

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