Professor do IFSP Sertãozinho integra comitiva sobre economia circular na Alemanha
O professor Jean Carlos Rodrigues da Silva, do Câmpus Sertãozinho, integrou a comitiva brasileira que esteve em missão, no período de 24 de setembro a 30 de outubro, nas cidades de Hamburgo, Minden e Berlim, na Alemanha, para conhecer os conceitos e a prática no campo da economia circular.
A proposta da visita técnica foi entrar em contato com a experiência do país europeu e, a partir dela, ampliar o debate em território nacional e traçar novas estratégias voltadas para o segmento, especialmente no desenvolvimento de profissionais para atuar nessa nova temática.
O professor Jean contou sobre o nível de conscientização da população alemã, em relação à separação de resíduos, que atualmente é obrigatória naquele país. “Eles tentam reduzir os resíduos ao mínimo possível. Os resíduos orgânicos podem virar biogás ou composto. Produtos que ainda têm vida útil podem ser revendidos. Na Alemanha, não há aterros sanitários para resíduos não tratados, apenas para materiais que não têm como reutilizar”, relata.
Da experiência no país germânico, o professor acredita que os conceitos podem ser implementados aos currículos profissionais. “A economia circular não é uma área, ela permeia tudo, porque um produto deve ser pensado dessa maneira desde o design. É preciso avaliar a vida desse produto, qual material será utilizado, quais os resíduos gerados, se esses resíduos podem ser reciclados, reusados ou não, se são tóxicos, etc.”, explica.
Durante a viagem, o grupo visitou usinas de separação de resíduos, compostagem, biogás, bem como o Centro de Tratamento de Resíduos “Pohlsche Heide”, em Mindena, além da Universidade Técnica de Hamburgo e iniciativas de economia circular locais, inclusive uma cervejaria regional.
De volta ao Brasil, os professores representantes da Rede Federal de EPCT devem formar um grupo de trabalho de especialistas da educação profissional e tecnológica e da indústria para, no âmbito do projeto “Profissionais do Futuro”, propor iniciativas a fim de que as instituições da Rede Federal de EPCT liderem a transição para a Economia Circular, por meio da qualificação de técnicos, tecnólogos e engenheiros para as indústrias brasileiras.
A profissionalização dos trabalhadores que atuam nas empresas chamou atenção do docente, “a maioria dos profissionais dessas empresas tanto motorista de caminhão de coleta, o pessoal que faz a coleta, quem trabalha nos pátios de separação, nas usinas de produção de compostagem, nas usinas de produção biogás tem formação técnica na área; em geral, a formação é num sistema dual em que passam metade do tempo na empresa e a outra na escola e a empresa paga por isso”.
A iniciativa partiu de um convite da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), Agência Alemã de Cooperação Internacional, que também visa o compartilhamento de práticas alemãs em Educação Profissional e Tecnológica em Economia Circular.
O grupo foi composto por representantes da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (Abetre), Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (Abit), Instituto Heineken, Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). O professor Jean foi indicado por ser um dos especialistas da Rede Federal de EPCT, por atuar na área de Tecnologia Cervejeira e também pelo seu currículo que inclui formação na Malting and Brewing Technology na Universidade KU Leuven/Bélgica, em Tecnologia Cervejeira Avançada e Microbiologia da Cerveja pela Escola Superior Cerveja e Malte, e, também, por sua atuação como coordenador do projeto de indicação geográfica e marca coletiva da cerveja da região de Ribeirão Preto/SP, entre outros. A estadia e as passagens da visita técnica foram subsidiadas pelo IFSP.
Economia Circular
A economia circular é um novo modelo econômico tanto de produção quanto de consumo baseado na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de produtos, de materiais e de recursos, necessitando da contratação de novos profissionais.
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